Salão de costura também é salão comunitário e ponto de apoio às lideranças e voluntários

Como sede provisória do Instituto Maria da Graças, o "Salão da Anita" acolhe reuniões, eventos e outras atividades comunitárias.

Foto da fachada da casa conhecida como "Salão da Anita", tendo ao centro uma porta aberta, com uma mesa do lado de dentro, que funciona como balcão de atendimento. Do lado esquerdo da porta, está o banner do Instituto de Desenvolvimento Comunitário Maria da Graça, com sua roda de bonequinhos coloridos de mãos dadas e no entorno da roda o nome da entidade. Do lado direito, aparece a o aviso "Aposentadorias em geral". A metade superior da parede é pintada de branco e a parte de baixo é verde.
Local ganhou, em 2022, a marca do Instituto que dá assistência aos moradores e apoia lutas populares

A sala comercial localizada na Rua Serra Negra, nº 308, no Jardim Jóquei Clube, conhecida como "Salão da Anita", tem uma porta de enrolar que muito raramente aparece fechada. 

Diante da mesa, que funciona como um balcão na frente da porta, uns vêm trazer roupas para ajustar ou consertar, outros vêm buscar suas peças, e muitas pessoas também vêm se informar sobre o atendimento de advogados e psicólogas, ou saber da reunião da comunidade, ou falar sobre a saúde, a escola, a cesta básica, entre outros assuntos.

Isso porque a dona da casa, a "Anita costureira", que atende em média 30 pessoas por dia trazendo serviços ou buscando peças de roupa, também é uma liderança popular conhecida em toda a Região Norte de Ribeirão Preto por seu empenho nas lutas por melhorias nos bairros há mais de 20 anos.

Mas o aumento constante do trabalho comunitário, que vai desde a distribuição de cestas básicas até a coordenação de reuniões e reivindicações junto à Prefeitura, não leva ao pensamento de fechar o salão. Isso porque as pessoas precisam do conserto das roupas e as costureiras precisam trabalhar, e também porque o Salão se tornou um ponto de apoio para moradores e lideranças dos bairros e comunidades.

"Como é que vai fechar? Primeiro, pela necessidade das pessoas, segundo, porque isso aqui não é a costura em si, ficou conhecido como a costura, mas é um ponto de apoio para todo mundo, para todas as lutas, todas as coisas que acontecem", diz Anita.

Ela explica que, enquanto o Instituto Maria da Graça não tem recursos financeiros para suas atividades e também não tem uma sede própria, esta é a única forma viável de funcionamento: 

"Você pode ver que os advogados atendem aqui, as assistentes sociais chegam, elas vêm aqui, as psicólogas chegam, elas passam por aqui, mesmo todas as lideranças, qualquer dificuldade que elas tiverem elas estão aqui. E não é só daqui [do bairro]. Todo o setor Norte, tudo o que acontecer, o pessoal passa por aqui". 

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