Em 2024, Cursinho Dandara terá preparação para o Encceja, alfabetização de adultos e Emancipinha

"Esse cursinho aqui junto com o Instituto deu muito certo, e a gente fica muito feliz com isso", diz Bruna; aulas serão retomadas depois do carnaval

Na foto aparecem oito pessoas em torno de uma mesa, estando quatro mulheres e dois homens sentados e duas mulheres em pé.  O primeiro homem, sendado do lado esquerdo da imagem, é branco e tem cabelos e barbas pretas, estando vestido com camiseta preta. Em seguida aparece uma mulher negra, em pé, com vestido preto de bolinhas brancas. Depois está uma mulher branca, de cabelos loiros, vestida com camiseta verde estampada com a palavra Emancipa. Depois vem um homem negro, de cabelos e barba preta, que está com camiseta branca regata. Uma mulher negra, com blusa verde, outra mulher negra, de cabelos grizalhos, com blusa branca, outra mulher negra, com blusa cinza e uma outra mulher negra com blusa de estampa colorida. Todas essas mulheres sentadas têm os cabelos presos atrás da cabeça. Em cima da mesa há vários objetos, como uma panela, canecas e pequenas bolsas e sacolas

O Cursinho Dandara, de educação de jovens e adultos, terminou 2023 com avaliação muito positiva da Rede Emancipa Ribeirão Preto. Agora, para 2024, a proposta é trabalhar com três turmas nos sábados de manhã na sede do Instituto Maria da Graça:
1. Preparação para o Encceja (Exame Nacional de Certificação de Competências de Jovens e Adultos);
2. Alfabetização de adultos; e
3. Emancipinha, ou seja, atividades educativas para as crianças (filhas e filhos de estudantes do Cursinho).

Bruna Silva, coordenadora da Rede Emancipa, avalia que o saldo de 2023 é muito positivo, pois o processo educativo foi além dos conteúdos: "eu vejo que as mulheres criaram autoconfiança, então isso já é uma coisa gigantesca assim para a gente".

Para ela, o Cursinho Dandara, que funciona no Jardim Jóquei Clube em parceria com o Instituto Maria da Graça, foi o que ganhou mais força. Como o Emancipa trabalha no território, na periferia, diz Bruna, a turma criada na Vila Tibério acabou tendo problemas, porque dependia do deslocamento das pessoas para o centro.

"Eu acho que esse ano foi a sementinha plantada aqui no Jóquei. Tem muito que acontecer ainda, e a gente vai voltar com toda a força agora em 2024, fazendo mais divulgação no bairro para que esse cursinho cresça", destaca a coordenadora.

A presidente do Instituto Maria da Graça, Anita da Silva, também está otimista com a retomada das aulas em fevereiro: "esse ano já três pessoas vieram pedir para se matricular, e o restante da turma do ano passado se animou para terminar".

Segundo Anita, com a aprovação de uma aluna (Benedita) e um aluno (Marcelinho) do Cursinho Dandara na última prova do Encceja, todos ficaram mais motivados para estudar: "eu acho que nós vamos ter turmas mais cheias esse ano, com muita vontade, com muita garra, se Deus quiser".

Alfabetização
A professora Ana Carolina Alberti conta que o Emancipa tem "uma sensibilidade muito grande para detectar as necessidades". Foi o que aconteceu em relação à alfabetização, que começou com uma aluna e rapidamente passou a ter três.

Ana explica que as aulas proporcionam para as mulheres muito mais do que alfabetização e preparação para a prova do Encceja:

"Traz autoestima elas saberem ler e escrever, elas perceberem que têm capacidade de aprender faz com que se sintam melhores, faz com que venham até aqui nesse espaço para se cuidarem, para se dedicarem a si mesmas". 

De acordo com a professora, além da melhora da autoestima, a forma como o Emancipa trabalha também ajuda as pessoas a aprenderem mais rapidamente: "aqui a dinâmica é diferente, é um aprendizado onde se respeita o saber do outro".

Ela diz que o Emancipa segue as ideias de Paulo Freire, que ensinou a importância de os professores não ficarem fazendo "transferência de conteúdos para os educandos" e sim reconhecerem que todos têm saberes. 

"E a gente precisa fazer as pessoas sentirem que, apesar de estarem aqui aprendendo a parte culta que às vezes não tiveram a oportunidade de completar, elas têm o saber delas. Dessa forma, é a construção de potência coletiva e de emancipação que a gente propõe", conclui Ana. 

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